Mining Hub: primeiro ciclo foi encerrado com sucesso e startups apresentaram seus projetos
Diante de dez desafios para cinco áreas de atuação das mineradoras, 11 startups apresentaram soluções desenvolvidas ao longo dos últimos quatro meses, no ambiente de inovação Mining Hub, que surpreenderam as mineradoras. Esses projetos poderão, a partir de agora, serem transformados em negócios pelas startups, tanto no Brasil quanto no exterior.
As soluções foram apresentadas durante o DemoDay, evento realizado em 11 de junho, voltado à demonstração dos aspectos técnicos de cada solução. As startups foram patrocinadas por mineradoras-madrinhas e também receberam apoio e suporte técnico de empresas fornecedoras do setor.
Apesar de cada uma das 11 startups ter contado com patrocínio direto de uma mineradora-madrinha isso não significa que a solução desenvolvida necessariamente será empregada pela respectiva madrinha; todas as soluções estarão disponíveis, abertas ao mercado brasileiro e internacional. Importante mencionar que as patentes ficarão de posse das startups.
Wilson Brumer, presidente do Conselho Diretor do Instituto Brasileiro de Mineração (bram), disse que a iniciativa do Mining Hub é uma forma de gerar e compartilhar conhecimento, bem como atrair e unir toda a cadeia produtiva da mineração, a Academia e os jovens empreendedores em busca de soluções para transformar a mineração brasileira. “Este é um dos caminhos para que a sociedade conheça mais sobre a mineração e volte a acreditar nela como vetor de desenvolvimento socioeconômico”, afirmou.
Segundo ele, o evento “marca uma nova etapa na história da mineração brasileira. Por meio de novas tecnologias e da inovação vamos promover a transformação da mineração em uma atividade cada vez mais segura, inovadora, competitiva, próxima das comunidades, transparente e sustentável. Esta deve ser a cara da nova mineração brasileira”.
O dirigente do Ibram disse ainda que as atividades desenvolvidas no Mining Hub são algumas das ações do setor mineral em resposta às demandas da sociedade, principalmente, após os episódios de rompimentos de barragens de rejeitos minerais.
Além de Wilson Brumer, estiveram presentes ao evento Jayme Nicolato Correa, CEO da mineradora Ferrous; Camilo de Lelis Farace, vice-presidente da AngloGold Ashanti, entre outros executivos da área de mineração; Lília Mascarenhas, secretária-adjunta de Geologia, Mineração e Transformação Mineral do Ministério de Minas e Energia; Anderson Silva de Aguilar, secretário-adjunto de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de Minas Gerais (representante do governador Romeu Zema); Antônio Carlos Arantes, deputado e vice-presidente da Assembleia Legislativa de Minas Gerais; representantes da Agência Nacional e Mineração e da Fundação Estadual do Meio Ambiente de Minas Gerais, entre outros.
A representante do MME, Lília Mascarenhas, elogiou a geração de conhecimento e o desenvolvimento de novas tecnologias e inovações no ambiente do Mining Hub, salientando que este projeto promove a verdadeira união do setor em torno de causas comuns, o que beneficia e facilita uma melhor comunicação com a sociedade, que precisa aceitar a mineração como atividade produtiva positiva. “A licença social é muito importante para a mineração”, afirmou.
O deputado Antônio Carlos Arantes, ao comentar sobre o Mining Hub, disse que se identifica com a inovação há muitos anos e defendeu mudanças na legislação para baratear o custo de se abrir, manter e desenvolver startups, inclusive, ligadas ao setor mineral. Além disso, disse que é preciso reduzir – e talvez zerar – o impacto tributário sobre o custo dos produtos que venham a ser elaborados com o uso de rejeitos minerais, como os que podem ser direcionados à fabricação de materiais de construção.
Investimento de R$ 1,1 milhão
Os projetos apresentados pelas startups no DemoDay indicam soluções para cinco áreas de interesse da mineração, que busca aperfeiçoar seus processos produtivos e elevar seu patamar de competitividade: “Eficiência Operacional”; “Fontes de Energia Alternativa”; “Gestão de Água”; “Gestão de Resíduos” e “Segurança: Operacional e SSO, Desenvolvimento Social”.
No 1º ciclo de projetos foram investidos R$ 1,1 milhão para o desenvolvimento das soluções. O Mining Hub já se prepara para incentivar mais soluções tecnológicas para a mineração no 2º ciclo, que vai começar agora em julho com a seleção de até 15 startups. As inscrições terminam neste dia 16 de junho, às 23h59 (já são quase 300 inscritas).
Soluções apresentadas no 1º ciclo de projetos do Mining Hub
– a startup Greenfuel desenvolveu tecnologia que prevê o aumento de eficiência energética de equipamentos utilizados em minas, pela instalação de gerador de hidrogênio para melhorar a queima de combustível, com ganhos de produtividade e economia de custos. A solução tem como mineradora-madrinha a AngloGold Ashanti;
– a Laminatus propôs a transformação de rejeitos minerais em lâminas de concreto para a indústria de construção civil, com patrocínio da mineradora Nexa Resources;
– na mesma linha seguiu a startup Nanomagnetix, com patrocínio da mineradora Samarco. Ela desenvolveu um projeto de gestão de rejeito pelo aprimoramento da tecnologia Nanomagnetic e uso de equipamentos WHIMS (Wet High Intensity Magnetic Separator);
– outra área importante para o empreendimento mineral é a contenção de rejeitos. A startup i9 desenvolver o ‘Controle Geotécnico de Pilhas e Barragens’, que é um sistema de monitoramento preditivo de barragens de rejeito. A mineradora-madrinha foi a ArcelorMittal;
– a startup Upsensor também desenvolver solução relacionada à gestão e manejo de rejeitos, chamada ‘Controle Geotécnico de Pilhas e Barragens’, que prevê um sistema de monitoramento e controle inteligentes para fusão de informações e suporte à tomada de decisão. A mineradora-madrinha foi a Mineração Usiminas;
– a Byond desenvolveu ecossistemas de internet das coisas (IoT) para monitoramento e rastreabilidade de pessoas nas operações minerárias, o que permite mais índice de segurança nas instalações, sob o patrocínio da mineradora Anglo American;
– a Órbita Tecnologia teve a Vale como madrinha para desenvolver projeto de monitoramento da inspeção de equipamentos por meio de visão computacional, com tecnologia baseada em machine learning e inteligência artificial;
– na linha de monitoramento de dados, a Indwise desenvolveu ecossistemas de internet das coisas (IoT) para monitorar o uso de água no processamento minerário. Ela contou com o patrocínio da mineradora Ferrous;
– a startup Logpyx atuou com o desafio de gestão de pátio e apresentou solução voltada à movimentação de veículos (implementação do RevLog Pátio, Módulo Agenda para veículos SPOT). Ela teve o patrocínio da mineradora J. Mendes;
– duas startups desenvolveram soluções distintas para o desafio ‘análise de material em tempo real e baixo custo: a Greener Sensors, patrocinada pela ArcelorMittal, e a LLK, patrocinada pela Vale.
Fonte: http://www.conexaomineral.com.br/noticia/1377/mining-hub-primeiro-ciclo-foi-encerrado-com-sucesso-e-startups-apresentaram-seus-projetos.html